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Baixo nível de rios e de reservatórios acende alerta para a produção de arroz

Até agora menos afetado do que outras culturas, o cultivo do arroz também passa a demonstrar maior preocupação com a estiagem à medida que chuva tarda a chegar ao Estado. O baixo nível das reservas, que já provoca perdas em quase 140 mil propriedades gaúchas e deixa mais de 5 mil famílias sem água, acende alerta aos arrozeiros.


A meteorologista e consultora do Instituto Rio Grandense do Arroz (Irga) Jossana Ceolin Cera relata apreensão por parte dos produtores. A lavoura de arroz precisa se manter irrigada e os níveis dos reservatórios estão baixando a cada dia.


A expectativa é pelas chuvas de janeiro para repor. O arroz precisa de uma lâmina de água de uns sete centímetros e de radiação de sol, que é o que temos bastante. Se não fosse a falta de chuva, seria uma garantia de boa safra — explica Jossana. Como a disponibilidade de água depende da fonte de abastecimento utilizada pelos produtores, o quadro é bastante irregular.


Tem produtores que irrigam as lavouras a partir de rios e alguns deles já estão praticamente secos. Os que dependem disso, portanto, já estão com problemas maiores — diz a meteorologista.


O presidente da Federação das Associações dos Arrozeiros do Rio Grande do Sul (Federarroz), Alexandre Velho, reforça que a situação está ficando preocupante principalmente na região central do Estado, onde os rios baixaram muito o nível, alguns inclusive parando de correr.


Já temos relatos de produtores que estão dando preferência por algumas áreas. Onde se planta 100 hectares, por exemplo, vão ter que se preocupar com menos área, 70 ou até 50 hectares. O resto vai precisar ser abandonado porque não se tem água pra tudo — diz Velho.


Para o dirigente, a situação alarmante deixa claro que o Estado precisa de um número maior de barragens, artifício que reduziria a dependência dos rios. O tema tem sido tratado por entidades do setor com a Secretaria da Agricultura na tentativa de viabilizar soluções.


A contabilização sobre perdas na cultura ainda é muito preliminar, mas já se espera, segundo o dirigente, que a produção do grão deva ficar abaixo do esperado para a safra:

— Devemos ter menor produtividade e menor produção. Não se sabe ainda quanto porque é um pouco cedo para números, mas esta seca prolongada já é um indicativo.

A produção gaúcha de arroz responde por cerca de 70% da produção nacional. Uma colheita menor, portanto, poderá se refletir no cenário de preços.


— O Rio Grande do Sul acaba sendo uma referência na produção nacional. Então, já dá um indicativo de mercado — sinaliza Velho.


Fonte: Zero Hora



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