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Prêmios para soja da safra nova do Brasil sobem forte com atuação da demanda da China

Postada por Notícias Agrícolas em 31/07/2020


Os prêmios para a soja continuam subindo no Brasil e as altas não se restringem somente ao pouco produto da safra nova, mas chegam também à safra nova dada a demanda da China mais atuante no mercado nacional dos últimos dias. Como explicou o analista da Agrinvest Commodities, Eduardo Vanin, as margens de esmagamento crescendo na nação asiática são um dos principais combustíveis para este movimento. 


Mais do que isso, a recomposição dos planteis de suínos na China vem se intensificando depois das perdas agressivas provocadas pela Peste Suína Africana, principalmente ao se observar as matrizes. "Hoje o incentivo para reter matrizes é forte dado o lucro, que é recorde, e isso tem trazido um crescimento forte e rápido", diz Vanin. Depois do menor número em 30 anos registrado em setembro de 2019, quase 20 milhões de cabeças, os rebanhos vão se recuperando e, em junho, já passam de 36 milhões. 


Assim, o consumo de rações na China tem apresentado um crescimento superior ao que esperava o mercado, o que pode ser constatado com com as altas intensas nos preços do farelo de soja e do milho. Há uma menor oferta do cereal, bem como de outros farelos vegetais que poderiam ser utilizado na formulação da alimentação animal e dão espaço para as altas no derivado da soja e no milho. 


Dessa forma, a nação asiática segue garantindo não só seu abastecimento - neste momento com a soja americana - para o curto prazo, mas fazendo boas compras de produto 2020/21 do Brasil. "A demanda da China para a safra nova do Brasil está muito boa, está forte nas últimas semanas, a margem - considerando a soja brasileira - está boa também, então a tendência é essa de que a China continue comprando, e as tradings assumirem posições compradas aqui no Brasil com o produtor para, em um segundo momento, vender para os chineses", explica o analista. 


E o pagamento da China por estes prêmios mais elevados para a soja 2020/21 do Brasil é consequência também de um alto percentual de comercialização da nova temporada que passa de 40% das 130 milhões de toneladas atualmente estimadas para serem colhidas na próxima temporada. O total é bem maior para o período do que em anos anteriores. 


"Temos um produtor brasileiro já bem vendido, o câmbio que caiu, Chicago que também recuou um pouco, e o prêmio está fazendo esse reajuste para tentar tirar a soja da mão do produtor", explica Vanin, que complementa que, apesar disso, o sojicultor não tem feitos novos negócios em grandes volumes. "Perdeu bastante o ritmo dos meses anteriores, quando o câmbio estava subindo. O que temos visto agora são vendas pontuais, de uma forma bem mais cadenciada". 


MERCADO DE DERIVADOS NO BRASIL


Os mercados de farelo e óleo de soja no Brasil também estão em um momento forte, de bons preços, principalmente com uma melhora nos prêmios do óleo em função de uma demanda maior pelo biodiesel. "A tendência é de que o preço volte a ser bastante alto, o que também favorece as margens de esmagamento e a demanda por soja remanescente dessa safra 2019/20 vai ser bem disputada", afirma o analista. 


A necessidade de soja grão no esmagamento para a produção de farelo de soja também é bastante grande e crescente, refletindo, principalmente, o momento forte das proteínas animais brasileiras no mercado internacional. E assim, na análise de Eduardo Vanin, pode não haver soja suficiente para atender a todos os setores. 


"Se tivermos volume para esmagamento para atender o mercado interno de carnes, onde melhorou muito a margem com preços mais altos de suínos e aves, teremos que revisar o número de algum lado. Se os números forem o que estamos prevendo de produção, exportação e estoque inicial não teria soja suficiente para atender o esmagamento e, consequentemente, não teríamos farelo", diz. 


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