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Colheita recorde de soja, milho e algodão já está consolidada, diz IBGE



Rio, 10 – Os problemas climáticos na região Sul do País podem impedir a colheita recorde projetada para o trigo neste ano. Porém, as estimativas para soja, milho, sorgo e algodão já estão consolidadas como as maiores já vistas pelos produtores brasileiros, afirmou Carlos Alfredo Guedes, gerente do Levantamento Sistemático da Produção Agrícola no Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

“Os problemas climáticos que a gente está vendo agora não influenciam mais nas principais lavouras”, justificou Guedes. “O Centro-Oeste não teve problema climático, pelo contrário, as condições climáticas foram muito boas”, lembrou.

O pesquisador conta que o IBGE divulgará no próximo mês o primeiro prognóstico para a produção agrícola de 2024. Como as informações estão sendo levantadas em campo atualmente, é possível que tragam estimativas de eventuais impactos das chuvas torrenciais sobre a safra esperada para o ano que vem, avaliou Guedes. Em 2023, a safra agrícola deve totalizar um recorde de 318,1 milhões de toneladas, 54,9 milhões de toneladas a mais que o desempenho de 2022, um aumento de 20,9%, de acordo com o levantamento de setembro. O resultado é 4,8 milhões de toneladas maior que o previsto em agosto, uma alta de 1,5%.


“A gente precisa confirmar o trigo ainda; ele não está totalmente colhido”, ponderou Guedes. “Sorgo também tem recorde assegurado. Só o trigo mesmo é que está essa indefinição ainda.”


O trigo e outras culturas de inverno, como a cevada, ainda não foram totalmente colhidas. O excesso de chuvas no Rio Grande do Sul, principal produtor, pode prejudicar a produtividade da lavoura na hora da colheita. “O excesso de chuvas pode afetar as estimativas de trigo, porque ele perde qualidade. Ele pode não ser destinado a consumo humano”, lembrou Guedes. Em setembro, a estimativa da produção do trigo para 2023 foi de 10,5 milhões de toneladas, alta de 4,8% em relação a 2022.

Já a produção de soja deve somar 151,2 milhões de toneladas, uma elevação de 26,5% em relação ao produzido no ano passado. Já a produção nacional de milho foi estimada em 131,7 milhões de toneladas, com crescimento de 19,6% ante 2022. A lavoura de milho 1ª safra deve somar 28,0 milhões de toneladas, um aumento de 10,1% em relação a 2022. O milho 2ª safra deve totalizar 103,8 milhões de toneladas, aumento de 22,4% em relação a 2022.


O algodão herbáceo deve alcançar uma produção de 7,6 milhões de toneladas, um avanço de 12,3% ante 2022. A produção de sorgo foi prevista em 4,1 milhões de toneladas, alta de 43,3% ante 2022. A produção do arroz foi de 10,1 milhões de toneladas para 2023, queda de 5,1% em relação ao produzido no ano passado.


Segundo Guedes, a safra recorde mantém tendência de alívio de preços de alimentos para os consumidores. “Com a safra muito grande, os preços caíram bastante, o que é ruim para os produtores, mas traz alívio para as outras cadeias de produção, o pessoal da avicultura, suinocultura. Eles usam milho nas rações e estavam com custo de produção alto”, lembrou.

O pesquisador lembrou que houve redução nos preços dos principais produtos, como milho e soja, mas também no feijão. “Os produtores ficam preocupados, por conta da redução na margem (de lucro), mas alivia outras cadeias produtoras”, confirmou. “O milho saía a R$ 90, R$ 100 a saca no ano passado. Esse ano, com safra recorde, está saindo em torno de R$ 40, R$ 42 a saca. Em Mato Grosso, chega a estar em torno de R$ 35 a saca de 60 kg”, exemplificou.


Fonte: IstoÉ

Foto: Freepik

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